O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou, no parlamento, que a TAP está a abandonar encomendas que já estavam feitas e a “negociar a devolução de alguns aviões”.
“Não estamos a receber nenhum avião novo, antes pelo contrário, nós abandonámos as encomendas que já estavam feitas e estamos a negociar a devolução de alguns aviões”, afirmou o governante no parlamento, quando questionado pelo deputado do PSD Cristóvão Norte sobre a TAP continuava a receber aviões.
Pedro Nuno Santos está a falar na audição conjunta das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e da Economia, Inovação, Obras Públicas, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Posteriormente, o ministro referiu que a TAP recebeu um avião que já estava pago, já há alguns meses, mas reiterou que “a empresa está a reduzir a frota”.
O governante referiu que a autorização que foi feita por Bruxelas foi uma injeção “para garantir liquidez da tesouraria da empresa até final do ano” e que, até essa altura, “a TAP tem de desenvolver um plano de reestruturação que garanta à Comissão Europeia a viabilidade para os próximos 10 anos”.
É no quadro “desse plano de reestruturação, onde vão estar elencadas um conjunto de medidas de reestruturação que vão ter de ser feitas sobre quais são as necessidades em termos de injeção adicional e, por isso, é só nesse momento e na negociação com a Comissão Europeia que vamos conseguir identificar o valor que é necessário para promover a recuperação da empresa”, explicou, em resposta ao PSD.
“Estes 1.200 milhões de euros são uma injeção de emergência para garantir que a companhia continua a operar enquanto o plano de reestruturação é desenhado”, salientou Pedro Nuno Santos.
“Estamos a poucas semanas” do plano de reestruturação, sendo que “a primeira fase” do plano “está feita” e que as negociações com os sindicatos vão arrancar “desde já”.
“A primeira fase do plano de reestruturação está feita, o que nos permite iniciar a negociação com os sindicatos. Esse trabalho vai iniciar-se desde já”, disse Pedro Nuno Santos numa audição no parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Em resposta à deputada Isabel Pires do Bloco de Esquerda, o ministro disse que, “neste momento, estão já a ser marcadas reuniões com os sindicatos para discussão da reestruturação” da companhia aérea.
Pedro Nuno Santos sublinhou que o plano de reestruturação “vai ser exigente” e “muito difícil” porque de outra maneira os portugueses não iriam entender a injeção de dinheiros públicos que está a ser feita.
“Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada para a realidade atual e temos de conseguir um processo restruturação que garanta que a companhia aérea vai ser viável e sustentável”, defendeu Pedro Nuno Santos.
“Não podemos manter artificialmente uma dimensão que não tem neste momento procura prevista”, acrescentou o ministro.
Em 15 de outubro, Pedro Nuno Santos anunciou no parlamento que iriam sair 1.600 trabalhadores do grupo TAP até ao final do ano, tendo já saído 1.200 colaboradores.