O novo contrato da Indra com o fornecedor de serviços de navegação aérea húngaro HungaroControl assinala um marco na modernização da gestão do tráfego aéreo. Budapeste é o primeiro dos aeroportos das capitais europeias a ter o seu tráfego aéreo controlado a partir de uma instalação de alta tecnologia localizada fora do recinto aeroportuário.
A solução integrada da Indra proporcionará aos controladores de tráfego aéreo uma visão melhorada, face à de uma torre convencional. Além disso, estes terão à disposição, a partir de um único ecrã integrado, toda a informação necessária, funcionalidades de controlo de tráfego aéreo e de segurança, um conceito já existente nos centros de controlo remoto.
“A HungaroControl está a preparar-se para o futuro da gestão do tráfego aéreo. Com a solução de torre remota da Indra, damos um passo gigantesco para a consecução dos nossos objetivos”, diz Kornel Szepessy, CEO da HungaroControl. “A tecnologia inteligente e a automatização são ferramentas de apoio para a tomada de decisões. Ao dotar os nossos controladores de tráfego aéreo com tecnologia de ponta, melhoramos a eficácia operacional e o conhecimento da situação. Isto beneficia-nos a nós, ao aeroporto, às companhias aéreas e, em última análise, aos passageiros”.
A Indra trabalha em estreita colaboração com a HungaroControl há quase duas décadas. Em 2006, a empresa ganhou o contrato para fornecer um sistema avançado de guia e controlo de movimentos em superfície InNOVA (A-SMGCS) para a vigilância em terra do aeroporto de Budapeste. Este sistema foi posteriormente atualizado para incluir inovadoras funcionalidades de segurança e de reencaminhamento e orientação automatizadas, algumas das quais desenvolvidas pela Indra e pela HungaroControl em colaboração com o programa de investigação do Céu Único Europeu (SESAR) da UE. Desde 2015, a HungaroControl utiliza o sistema de torre InNOVA no seu centro de contingência remoto. Este projeto, denominado rTWR, ganhou o Jane ATC Award em 2018.
Enquanto os controladores de tráfego aéreo devem normalmente monitorizar vários ecrãs para obter uma visão completa, o sistema de torres InNOVA distingue-se por integrar todas as funcionalidades e informação relevantes num único ecrã. A redução do número de ecrãs melhora o conhecimento da situação por parte dos controladores, a sua eficácia e a segurança do voo.
Como parte do novo projeto, a HungaroControl irá também obter um sistema de plano de voo baseado em etiquetas, com listas de voo adicionais integradas no ecrã da sua torre, contribuindo para que os controladores disponham de uma plataforma de trabalho digital clara. O sistema está preparado para realizar operações em múltiplos aeroportos.
Com a IRTOS, a solução ótica da Indra para torres remotas, a HungaroControl consegue uma maior qualidade de imagem 4K. Os controladores obtêm uma visão panorâmica perfeita do aeroporto, com visão noturna a cores e sobreposições virtuais. As câmaras serão colocadas em vários locais do aeroporto para melhorar a observação visual do mesmo, assim como de outras áreas de interesse para os controladores. Graças à realidade aumentada, os controladores podem ampliar, identificar e seguir automaticamente objetos em movimento. A apresentação visual incluirá também informação adicional tal como o MET, redes de segurança, destaques de acidentes geográficos, etc., melhorias significativas comparativamente à visão tradicional da torre.
“Estamos muito orgulhosos que a HungaroControl confie em nós para colaborar em mais um projeto pioneiro. Não apenas colaboramos em projetos de investigação do SESAR, como também conseguimos colocar a teoria em prática e implementar a tecnologia e as soluções integrais que definirão o futuro da gestão do tráfego aéreo”, diz Eldar Hauge, CEO da Indra na Noruega.
O sistema de torres InNOVA da Indra já é utilizado para controlar à distância vários aeroportos noruegueses, naquele que é conhecido como sendo o maior programa de torres remotas do mundo, da responsabilidade do fornecedor de serviços de navegação aérea norueguês Avinor.
A Indra fornecerá três sistemas separados: um para uso operacional, outro para o seu centro de contingência, e um terceiro para uso como sistema de testes. O projeto de implementação começa imediatamente, com uma duração prevista para os próximos dois anos.