A TAP Maintenance & Engineering encerrou no passado dia 27 de maio as suas atividades no Brasil.
O encerramento coincidiu com a conclusão da manutenção do Airbus A330-200, com a matrícula C-GTSJ da Air Transat, tendo os funcionários posteriormente reunido-se junto da aeronave e para registar os últimos momentos da empresa.
A TAP ME que chegou a operar duas instalações no Brasil, enfrentava diversos problemas financeiros antes mesmo da crise do coronavírus.
Além do hangar no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão, a TAP ME também chegou a operar um parque de manutenção em Porto Alegre, mas foi desativado em 2018.
De recordar que o anúncio foi feito a 12 de janeiro pela a presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, de que o Grupo TAP decidiu encerrar as operações de Manutenção e Engenharia Brasil (TAP ME), como parte do plano de reestruturação aprovado por Bruxelas em dezembro, disse hoje à Lusa
A Comissão Europeia informou em 21 de dezembro que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, mas impôs condições, incluindo a separação dos ativos não-essenciais, nomeadamente o negócio de manutenção no Brasil, e os de ‘catering’ (Cateringpor) e de ‘handling’ (Groundforce).
De acordo com um comunicado enviado pela TAP, a medida “não interfere na operação de transporte aéreo de passageiros da companhia no país, seu principal mercado exterior”, lembrando que “o Brasil representa entre 25% e 30% da receita” do grupo TAP.
Na mesma nota, o grupo explicou que “os serviços de manutenção referentes a aeronaves já contratados e/ou em andamento serão realizados normalmente, de acordo com os contratos entre a TAP ME e seus clientes” e que a empresa “não aceitará novos pedidos para prestação de serviços de manutenção”.
Segundo a responsável, a Manutenção & Engenharia Brasil (ex-VEM – Varig Engenharia e Manutenção) tinha atualmente 500 trabalhadores, após várias reestruturações que incluíram despedimentos, dos quais pouco menos de 400 estavam no ativo.
Alvo de várias reestruturações com despedimentos, a última das quais em 2018, a M&E Brasil recebeu da TAP, globalmente, entre 2010 e 2017, injeções financeiras num total de 538 milhões de euros, a valores nominais, sendo que em 2018 foram feitas transferências de 30 milhões de euros.