A Airbus apresentou lucros de 2,2 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2021, valor que compara com as perdas de 1,9 mil milhões de euros apresentadas em igual período de 2020, quando a empresa foi fortemente atingida pelo impacto da crise da COVID-19.
De acordo com o comunicado, o bom desempenho entre janeiro e junho de 2021 deveu-se às entregas de aviões comerciais, que ascenderam a 297 no primeiro semestre do ano, foco na contenção de custos e bom desempenho das divisões de Helicópteros e Defesa e Espaço.
“Embora a pandemia da COVID-19 continue, as várias ações levadas a cabo pelas nossas equipas proporcionaram um forte desempenho no primeiro semestre. Isso permite-nos elevar as nossas previsões para 2021, embora continuemos a enfrentar um ambiente imprevisível”, afirma o CEO da Airbus, Guillaume Faury.
A Airbus revela ainda que, na primeira metade do ano, a receita consolidada aumentou 30%, para 24,6 mil milhões de euros, enquanto o EBIT ajustado e relacionado com os aviões comerciais somou 2.291 milhões, quando no primeiro semestre de 2020 era de -1.307 milhões de euros, enquanto o total somou 2,703 milhões de euros, o que compara com os -945 milhões apurados em igual período do ano passado.
A melhoria dos resultados já levou a Airbus a rever as suas previsões para o que falta de 2021 e estima agora chegar à entrega de 600 aeronaves comerciais, a um EBIT ajustado de quatro mil milhões de euro e a um fluxo de caixa antes de impostos de dois mil milhões de euros.
Também durante a divulgação dos resultado foram apresentados os planos para combater frontalmente o domínio da Boeing no mercado de cargas, com o futuro lançamento da versão cargueira do A350.
A Airbus disse que o seu conselho apoiou a versão cargueira do A350 para entrar em serviço em 2025, mas sem divulgar os clientes. A atitude da Airbus é vista como uma resposta da fabricante ao domínio da Boeing no mercado de carga com os seus aviões widebody 767F, 777F e 747-8F.
A divulgação é feita após o CEO da Boeing, Dave Calhoun ter dito que estaria nos planos o desenvolvimento de uma versão cargueiro do 777X a curto prazo, mas tendo em conta que o modelo está com problemas no projeto, que fizeram com que a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) adiasse a sua certificação, o que irá atrasar o lançamento em, pelo menos, dois anos.
“Acreditamos que temos uma aeronave muito promissora”, disse o presidente-executivo Guillaume Faury, O desenvolvimento do A350F pode custar cerca de 2 a 3 bilhões de dólares.
O A350F pode concorrer facilmente com a versão do 777-300ER convertida para cargueiro, um projeto que ainda está a decorrer, ao mesmo tempo é uma opção maior em relação ao 777F, baseado no 777-200LR.
O A350F poderá transportar até 700 m³ a bordo, enquanto o 777-200LR tem capacidade para transportar 650 m³. Em questão de carga útil, o A350-1000 consegue suportar algumas toneladas a mais de carga a bordo.
O A350F visa também substituir o A330F, que não teve boa aceitação no mercado para concorrer diretamente com o Boeing 767F.