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Grupo Air France-KLM com lucro de 728 ME em 2022 e com “interesse estratégico” na TAP


 

O Grupo Air France-KLM anunciou um lucro de 728 milhões de euros graças, em particular, a um aumento da atividade e à contenção de custo.

“Encerramos o ano com um resultado líquido positivo, um sinal de que virámos a página da covid-19 e olhamos para o futuro com confiança na nossa capacidade de enfrentar os desafios futuros”, disse o CEO (Chief Executive Officer), Benjamin Smith.

No mesmo dia da apresentação dos resultados surge uma entrevista em que o CEO do Grupo afirmou que tem “interesse estratégico” em comprar a TAP Air Portugal, devido ao seu hub em Lisboa e à sua posição no Brasil.

A Air France-KLM planeia tomar medidas de refinanciamento até ao final de abril para devolver os apoios estatais recebidos durante a pandemia e assim sair das condições impostas sobre esses apoios, que incluem restrições sobre fusões e aquisições.

Na sequência dos planos de resgate dos Estados francês e holandês durante a crise da pandemia, que lhe permitiu sobreviver, a empresa reembolsou desde 2021 e até ao final de 2022 um total de 4.900 milhões de euros de ajudas de liquidez.

A dívida no ano passado foi reduzida em 1.879 milhões de euros, para 6.337 milhões de euros em 31 de dezembro. Em março, a empresa pretende reembolsar os restantes 2.500 milhões de euros dos empréstimos públicos que recebeu.

“A TAP interessa-nos estrategicamente – gostamos da base em Lisboa, gostamos da sua posição no mercado brasileiro”, afirmou Ben Smith.

Após dois anos de perdas pesadas (3.292 milhões de euros em 2021 e 4.548 milhões de euros em 2020), o que explica esta viragem em 2022 foi o aumento de 84,4% do volume de negócios para 26.393 milhões de euros, e o facto de o volume de negócios do quarto trimestre ter atingido um nível máximo de 7.128 milhões de euros.

A empresa movimentou 83,3 milhões de passageiros no ano passado, mais 86,5%, verificando um aumento da capacidade de 44,2%.

A taxa de ocupação dos aviões do Grupo aumentou 24,8 pontos percentuais e a receita unitária por lugar oferecido e por quilómetro em 51,6%.

No ano passado, os custos de pessoal foram reduzidos em 10% em relação a 2019, antes da crise da pandemia, justificada pela redução de 16% no número de efetivos da Air France (excluindo a subsidiária de baixo custo Transavia) e de 9% da KLM.

O resultado operacional também passou para terreno positivo com 1.193 milhões de euros, ou seja, uma diferença de 2.819 milhões de euros em comparação com o buraco em 2022.

A maior parte do resultado operacional surgiu do negócio de passageiros da Air France e KLM, com 1.131 milhões de euros, após os 1.682 milhões de euros negativos em 2021.

O negócio da manutenção contribuiu com mais 163 milhões de euros, enquanto a Transavia ainda permaneceu no vermelho com 100 milhões de euros.

A confiança do grupo de que a atividade continuará a recuperar em 2023 reflete-se nos anúncios sobre a sua oferta de lugares: entre 90 e 95% do que tinha em 2019 nos dois primeiros trimestres e “acima de 95%” no segundo semestre do ano.

A Transavia será um dos principais motores desta recuperação, com uma oferta que excederá a do último ano antes da crise da pandemia: cerca de 135% para 2023 como um todo.

O grupo espera que as suas capacidades regressem aos níveis de 2019, a partir de 2024.