Recentemente os Estados Unidos anunciaram que aumentariam os impostos alfandegários em 15% sobre os aviões da Airbus importados da Europa e a decisão já teve consequências.
Para contornar este aumento da taxa de importação a Delta Airline está a enviar os seus novos aviões para vários países.
O Airbus A321ceo com a matrícula N389DN voou desde Hamburgo via Reykjavik e Montreal até San Salvador, em El Salvador, onde os impostos em El Salvador para importações para os EUA são baixos.
Também o A330neo N405DX voou entre Toulouse e Narita.
De referir que as companhias que serão mais afetadas com esta medida são: Delta e a JetBlue, que têm encomendas com a Airbus de modelos produzidos em Hamburgo, como é o caso do A321neo.
A Airbus reagiu a esta decisão do governo dos EUA dizendo que: “lamenta profundamente” que esta tenha sido a decisão do Governo norte-americano.
Para a Airbus, esta decisão “cria mais instabilidade para as companhias aéreas norte-americanas, que já sofrem com a falta de aeronaves”, nomeadamente após a proibição dos voos com o avião 737 MAX, do seu concorrente Boeing.
“Tomámos nota do anúncio dos Estados Unidos”, disse uma porta-voz do Ministério da Economia alemão, contactada pela agência de notícias AFP.
“A nossa posição básica é clara: rejeitamos qualquer aumento unilateral nos impostos alfandegários, que são prejudiciais a todos, inclusive aos Estados Unidos”, declarou a porta-voz.
Desde outubro, em retaliação aos subsídios fornecidos ao fabricante europeu de aeronaves Airbus, o Governo dos Estados Unidos impôs tarifas punitivas de 7,5 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) por ano a produtos importados da Europa (incluindo vinho, queijo, café, azeitonas e anoraques) entre 10% (aeronáutica) e 25% (agricultura).
Até agora, os aviões estavam a ser tributados em 10%, passado 15%.
A Organização Mundial do Comércio autorizou os Estados Unidos a aplicar represálias em outubro, mas uma decisão semelhante é esperada para a União Europeia (UE) na primavera.
Em causa está a disputa de quase 15 anos entre a UE e os Estados Unidos relativa aos apoios públicos às respectivas fabricantes aeronáuticas, Airbus (francesa) e Boeing (norte-americana), com a OMC a adotar decisões que, umas vezes, são favoráveis à União, outras à administração norte-americana.