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Presidente executivo da TAP falou hoje na AR sobre os planos de rotas e apoios

 

O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, foi hoje ouvido no parlamento, a pedido de dois requerimentos do PSD e PS, para responder a perguntas sobre o plano de rotas da companhia aérea e os apoios previstos pelo Estado.

“Com a pandemia dentro de portas, os aviões em terra e a companhia 90% em ‘lay-off’, e ao mesmo tempo que se refere a necessidade de uma injeção de capital na ordem dos 1.000 milhões de euros para viabilizar a empresa, a TAP anunciou o seu plano de voos para junho e julho, o qual foi muito mal recebido, com muitas críticas por toda a sociedade civil”, realça O PSD no seu requerimento.

Além disso, refere o partido liderado por Rui Rio, “no debate quinzenal de 07 de maio, o primeiro-ministro garantia que ‘o Estado não meterá – nem sob a forma de garantia, injeção de capital ou empréstimo – um cêntimo que seja na TAP sem que isso signifique mais controlo e uma relação de poderes adequada a esse apoio que vier a conceder’”.

Para o PSD é importante “avaliar urgentemente a situação [da TAP], que suscita naturalmente a maior das preocupações”.

Já o PS destacou o plano de voos da transportadora aérea, que está sobretudo concentrado no aeroporto de Lisboa, o que o partido diz apresentar “uma grande desproporção” face ao Porto e Faro.

“Recorde-se que o plano estratégico da empresa tem como um princípio básico as ligações aéreas que assegurem a territorialidade do país”, sublinha o PS, afirmando que “é muito importante conhecer os critérios que estão na base do plano de voos da empresa para os próximos meses”.

O partido que suporta o Governo defende ainda que a gestão de fronteiras é “da responsabilidade soberana do Estado português”, destacando que “não se entende” a publicação de um plano de rotas nacionais e internacionais por parte da empresa, sem “a prévia informação do Governo sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal”.

Os acionistas privados da TAP, o consórcio Atlantic Gateway, que detém 45%, estão a negociar com o Estado – detentor de 50% da transportadora – um apoio de 1,2 mil milhões de euros para combater o impacto da covid-19, mas ainda não é claro que consequências terá essa ajuda.

O plano de retoma de voos da TAP tem sido criticado por autarcas um pouco por todo o país, mas sobretudo no Norte.

País deve unir-se para salvar a TAP da pandemia – Antonoaldo Neves

O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, disse hoje, na Assembleia da República, que é preciso que o país se una para salvar a companhia aérea da pandemia e preparar o plano para o futuro.

O responsável da transportadora aérea falava perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação quando considerou ser necessário “unir o país para salvar a TAP da pandemia”.

Antonoaldo Neves defendeu ainda que a companhia aérea não teria sobrevivido à pandemia se não fossem os investimentos que fez nos últimos quatro anos, por exemplo, com a renovação de frota e aumento de rotas, nomeadamente para os Estados Unidos.

“O desafio é muito grande e é global. […] A procura não vai vir na velocidade que a gente gostaria. É muito importante neste momento o país se unir à volta do plano futuro da TAP”, acrescentou.

Presidente da TAP espera Comissão Europeia “extremamente dura”

Antonoaldo Neves, disse não esperar “nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura” nas contrapartidas exigidas à companhia aérea pelo auxílio que vai receber de até 1.200 milhões de euros.

“Não espero nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura com a TAP”, admitiu Antonoaldo Neves, que falava perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.

O responsável lamentou não ter sido dado à TAP auxílio estatal em forma de garantias, para pagamento de empréstimos com os bancos privados.

Antonoaldo Neves considerou mesmo “injusta” a decisão da Comissão Europeia de não permitir que a TAP recorra ao mecanismo especial de apoio às companhias aéreas, no contexto da pandemia de covid-19, por considerar que a transportadora que lidera estava já com problemas antes do surto.

TAP disponível para ter membro indicado pelo Estado na Comissão Executiva

O presidente executivo da TAP admitiu que a Comissão Executiva da transportadora está disponível para aceitar um membro indicado pelo Estado, que atualmente só está presente no Conselho de Administração.

“A Comissão Executiva está disponível para ter um membro indicado pelo Estado”, disse Antonoaldo Neves, que falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.

O responsável sublinhou não ver “qualquer problema” que o Estado, enquanto acionista da TAP, esteja também representado na Comissão Executiva, considerando até uma opção “produtiva”.

“Mas vai ter que sentar à mesa, discutir, tomar decisões difíceis. […] Não tem nenhum problema, trabalhar com pessoas que querem o bem da TAP”, acrescentou.

TAP diz ser “óbvio” que não vai conseguir pagar dívida em seis meses

O responsável pela TAP admitiu hoje ser “óbvio” que a TAP não tem condições para pagar o empréstimo que vai receber de até 1.200 milhões de euros e quer apresentar o plano de reestruturação em três meses.

“É óbvio que nós não temos condições de pagar a dívida daqui a seis meses. Nenhuma companhia aérea no mundo tomou empréstimo para pagar em seis meses”, admitiu Antonoaldo Neves, que falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.

Em causa está um empréstimo estatal que pode ir até 1.200 milhões de euros à TAP, aprovado pela Comissão Europeia, mas com a condição de que a transportadora devolva o valor injetado em seis meses ou apresente um plano de restruturação da empresa.

Antonoaldo Neves adiantou ainda que a intenção da TAP é de apresentar aquele plano dentro de três meses.

“O importante agora é não deixar os seis meses passarem para fazer esse plano. […] Não podemos ficar na situação de ter uma arma nuclear na cabeça quando for para negociar com a Comissão Europeia”, acrescentou.