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Sindicato diz que a TAP SERÁ AQUILO QUE O PAÍS E OS TRABALHADORES QUISEREM

 

O SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos divulgou mais um comunicado sobre a situação da TAP:

“Passada que está a vertigem da semana de todas as decisões, é agora a altura de, com a necessária serenidade, fazer um ponto de situação e pôr alguma ordem no turbilhão da informação que nos atingiu.

Sabendo nós que muita desta, resulta mais do desejo de quem a produz que da verdade dos factos, vamos então por partes:

Ponto um, as empresas do Grupo TAP têm estado quase totalmente paralisadas e com os trabalhadores em Lay-Off, a sofrer pesados cortes salariais devido à crise epidemiológica provocada pela covid-19, e não por qualquer outra causa.

Ponto dois, a nova composição acionista na TAP SGPS, resultou da necessidade de financiamento urgente, que por sua vez foi provocada pela paragem das empresas.

Ponto três, a situação financeira da TAP SGPS anterior à crise pandémica, pode e deve ser discutida? Sim. Mas não neste contexto.

É bom que todos tenhamos isto presente porque é a partir desta realidade que surgem as necessidades de financiamento ao setor, aliás como acontece com todas as companhias aéreas, e em todo o mundo.

Desde já, o SITAVA assinala e congratula-se com o cumprimento de uma das suas mais antigas reivindicações, que é a recuperação do controlo público na gestão da TAP. Não será nunca demais lembrar, que a TAP e as empresas do grupo são mais do que que empresas que se completam com a finalidade de transportar passageiros por via aérea. O grupo TAP é uma unidade económica cuja atividade coordenada é, no seu todo, responsável por cerca de 2,5% do PIB nacional.

A ação coordenada das empresas do Grupo, asseguram à TAP a posição de maior exportador nacional de serviços, cujo valor ronda os 2,4 mil milhões de euros, a compra no mercado nacional, a mais de mil fornecedores cerca de 1,3 mil milhões de euros de valor, a criação de cerca de treze mil postos de trabalho diretos e mais de cinquenta mil indiretos, tudo isto, e ainda as receitas para o Estado resultantes dos impostos e contribuições pagos pelos trabalhadores, de mais de quatrocentos milhões de euros. São números avassaladores que muito orgulham aqueles que lá trabalham.

Postas estas considerações acerca da realidade das nossas empresas e do setor da aviação em geral, falemos então da atualidade e do futuro, com a crise epidémica em pano de fundo.

As primeiras medidas urgentes a tomar são, o regresso dos trabalhadores aos locais de trabalho, o fim do Lay-Off, o lançamento de voos para venda, e ver, de novo, os aviões a voar. É muito claro para todos nós que a TAP está atrasada na retoma. A percentagem de voos TAP em todos aeroportos nacionais, está muito abaixo das outras companhias. Assim a TAP corre sérios riscos de perder cota de mercado e não aproveitar as reservas que vão aparecendo. É imperioso que a direção de “Revenue & Network” não insista em experimentalismos aventureiristas que dão sempre mau resultado. O que já se verificou noutras companhias com esta mesma equipa.

E por fim a reestruturação de que tanto se fala. Tal como em relação a outros temas nacionais, como por exemplo o futebol, onde todos são treinadores, em Portugal há também milhares de especialistas em reestruturações de companhias aéreas. Eles surgem nas rádios, e nas televisões em todos os canais e revestidos das mais variadas roupagens. Contudo todos denotam, uns mais explicitamente que outros, uma apreciável sanha contra os trabalhadores e seus representantes, os sindicatos.

É bom que os trabalhadores não deem ouvidos a estes arautos da desgraça. Ninguém melhor que os trabalhadores, sabe o que se passa nas suas empresas, e que estas são a única forma de garantir o seu sustento e das suas famílias. Por isso repudiamos o clima de permanente guerrilha e ameaça com que, diariamente, nos agridem.

A reestruturação da TAP e por arrasto as das empresas do Grupo, far-se-á não em função dos desejos dos delatores da solução encontrada pelo Estado Português, ou por escolha em qualquer manual sobre reestruturações, mas sim respondendo à pergunta fundamental que todos temos o dever de fazer, incluindo o Governo:

Mas afinal que TAP é necessária ao nosso país? Será uma “Tapezinha” para definhar, entregando a atividade aérea às companhias estrangeiras? Ou pelo contrário precisamos de uma TAP forte e robusta, com a dimensão necessária para manter o Hub de Lisboa, que garanta, por sua vez, a atividade plena em todos aeroportos nacionais, os postos de trabalho e assim continuar a contribuir para a economia nacional? 

A resposta é simples e tem que ser dada pelos trabalhadores. Não existem inevitabilidades. Os trabalhadores são o mais importante das empresas e sem eles, estas não existem. A posição do SITAVA é de grande serenidade, mas vigilante. Não abdicamos de intervir da forma que entendermos mais adequada, em qualquer circunstância que se venha a verificar.”