Os quatros sindicatos dos trabalhadores da empresa de ‘handling’ Portway, anunciaram hoje, desconvocaram com efeito imediato todas as greves previstas, que estavam em vigor desde julho de 2023, após a assinatura do novo Acordo de Empresa (AE), segundo um comunicado hoje divulgado.
As quatro estruturas sindicais representativas dos trabalhadores – Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (SINDAV), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP) – e a Portway chegaram na quinta-feira a acordo para atualizações salariais e estabeleceram um novo AE, que revoga o anterior.
As estruturas sindicais adiantam que as novas tabelas salariais contemplam uma “valorização salarial entre 4% e 7,84% (nos níveis mais baixos)”.
O novo acordo prevê um aumento de 5% nas tabelas salariais com retroativos a janeiro, pagos em dois momentos: “4% já processados no imediato e 1% processado em novembro, mediante o cumprimento do objetivo operacional de 60 mil voos assistidos até 31 de outubro.
Paralelamente estabelece um aumento de 5% de aumento no benefício social e o pagamento dos feriados “em escala a 150% (em vez dos atuais 50%).
Relativamente aos subsídios de turno prevê o pagamento de 21% do subsídio para quem atinge 38 horas noturnas e de 16% para quem atinge 30 horas noturnas (independentemente da amplitude).
Os sindicatos sublinham que depois do enorme salto qualitativo que foi a assinatura do AE2020 comparativamente com o AE2016, este é mais um passo na melhoria e elevação das condições dos trabalhadores da Portway.
Por seu lado o STAMA – Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação, emitiu um comunicado indicando que “ficou claro que a Portway só negoceia com quem aceita regimes de precariedade, ora o STAMA não pode, não deve ceder aos regimes que mais se assemelham à exploração abusiva e sem qualquer tipo de respeito, até porque não é esse o escopo da atividade sindical, e já agora em boa verdade se diga, que para esse peditório a Portway já arranjou aliados.”
“Perante a recusa da Portway em negociar aumentos salariais, independentemente do que se poderia negociar de seguida em matéria de clausulado do AE (são matérias distintas) só
restará, e para bem da dignidade dos trabalhadores apelar a;
saída imediata do jugo do AE de 2020, evitando ficarem presos ao AE de 2024 (agora anunciado);
recorrer ao ministério para que fique preto no branco e por escrito, uma vez que a Portway nunca se prestou a fazer atas durante este exercício (como disse um quadro da empresa, se não estiver escrito eu nego, o que é esclarecedor do cariz que presidiu às negociações)”
A Portway destacou “a boa cooperação entre representantes dos trabalhadores e da empresa”, o que, diz, “possibilitou a assinatura” do acordo.